Eu raramente ando ônibus, mas quando ando, sempre ouço alguma pérola. É impossível não prestar atenção na conversa alheia, im-pos-sí-vel. Acontece que, além de pensar, eu tenho a mania tosca de comentar, é claro, só em pensamento.
Eis que dia desses, deixei a frescurite de lado e peguei um latão daqueles de final de expediente, lotado. Um rapaz e uma senhora (com pinta de freqüentadora de uma dessas milhares de igrejas-empresas que a gente vê por aí), conversavam sentados na minha frente. Eu me equilibrando e, é claro, ouvindo.
Ele fala sua idade: 23.
- Ta acabadinho, heim? – só pensei, só pensei.
O rapaz conta que está trabalhando em uma obra que, segundo ele, vai lhe render mil e novecentos “real”.
- E tu é casado?
- Não, sou separado. Fui casado três vezes, mas agora to separado.
- Nossa, 23 anos e já foi casado três vezes. E tem filhos?
- Tenho uma menina de 14.
Opa, peraê. Já praticava aos nove anos? Historinha mal contada.
- Na verdade eu tenho 39.
Aaaahh bom, mas então, pq mentiu pra “pobre” senhorinha?
- É o costume. Automático.
Homens...
Mas, continuemos. O pior está por vir.
- E por que vocês separaram. Não gosta mais dela?
- Até gosto, mas não dá mais.
- Pq? – insiste a senhorinha pra minha alegria.
- É que não adianta. Quando a mulher não quer se abaixar pro homem, tem que largar. Mulher que não se abaixa, não serve.
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Fechem as cortinas. E pára o ônibus que eu quero descer.
Um comentário:
hahahahah.... Não se abaixa, não serve! Ele também não deve servir pra muita coisa!!!
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